A alopecia areata ou “ pelada ” é uma doença crônica e não-cicatricial dos folículos pilosos (ou raízes) na qual há perda de pelos e cabelos, podendo acometer todas as regiões corporais. Há de forma mais comum áreas ovais ou arredondadas sem pelos no couro cabeludo, podendo ser encontradas falhas semelhantes nas sobrancelhas, nos cílios e na barba, entre outros. Ela é queixa frequente no consultório do dermatologista, responsável por até quase 4% das consultas, afetando cerca de 2% da população, sendo mais de 85% dos pacientes com menos de 40 anos, de ambos os sexos e de forma similar de todas as etnias.
Como é feito o diagnóstico da alopecia aerata?
O diagnóstico da alopecia areata é feito por exame físico. Em casos mais específicos, o médico responsável pelo tratamento pode solicitar que seja feita uma biópsia da pele afetada e outros exames de sangue, com o objetivo de afastar outras possíveis causas de alopecia. Puxar gentilmente os fios na borda das placas (teste de tração) auxilia a confirmar o diagnóstico, já que na alopecia areata eles saem facilmente com suas raízes.
Outras causas que devem ser afastadas são: tricotilomania, tinea capitis, sífilis secundária, alopecia de tração, lúpus.
Se os resultados forem ambíguos, pode ser necessário a realização de exames adicionais com lâmina de hidróxido de potássio, rastreamento de sífilis, cultura para fungo ou biópsia.
Perguntas Frequentes
Por se tratar de doença imune que altera a aparência do indivíduo, a alopécia areata pode trazer grande impacto na qualidade de vida, pelo abalo do estado emocional, necessidade de disfarce (perucas, tinturas) entre outros. Por esse motivo, em alguns casos o apoio psicológico é fundamental.
Ela pode regredir espontaneamente, entretanto cada caso é único, o que significa que alguns pacientes podem ver seus cabelos crescendo novamente, enquanto outros não.
Por se tratar de uma doença autoimune, estando diretamente relacionada a reações do organismo, é praticamente impossível prever ou mesmo evitar novos episódios. Além disso, as características variam bastante, sendo que algumas pessoas apresentam perdas graduais, com longos intervalos de tempo, enquanto outras sofrem perdas agressivas, em um curto período de tempo.
No entanto, a partir de um acompanhamento especializado, é possível fazer o mapeamento de possíveis “gatilhos” e procurar manejá-los adequadamente - sempre tendo em mente que combater a alteração imune é fundamental.
Independentemente disso, é de extrema importância procurar um dermatologista para fazer a devida identificação do problema e, posteriormente, iniciar o tratamento precoce, buscando os melhores resultados.
Na alopecia areata os pacientes podem perceber sensação de ardência ou coceira nas regiões afetadas pela perda dos cabelos. A pele tende a ficar lisa e brilhante e os pelos ao redor da placa são removidos com muita facilidade se forem puxados. Quando nascem novamente, os cabelos podem ser brancos. No entanto, posteriormente, em geral, retornam à sua coloração normal. Conforme mencionamos anteriormente, outras doenças autoimunes podem favorecer o aparecimento da doença como vitiligo, lúpus e problemas da tireoide, por exemplo. Sendo assim, em alguns casos é necessário que seja feita a reavaliação dos exames de sangue. O principal dano causado aos pacientes é mesmo o psicológico, visto que os casos mais extensos podem interferir muito na rotina diária e na qualidade de vida
Os tratamentos variam conforme a gravidade da doença e é bem possível atigir o controle e o retorno dos fios. Podem ser utilizados medicamentos tópicos (corticoesteróides, imunomoduladores), imunossupressores e inibidores de JAK sistêmicos. Além disso, é muito frequente associar procedimentos, como o uso de substâncias sensibilizantes (químicas ou físicas, como o nitrogênio líquido) e infiltrações (em bolus ou ainda utilizando a técnica de microinfusão de medicamentos - MMP).
Dra. Clarissa Prati
Sou médica Dermatologista. Nunca pensei que ajudar cada um dos meus pacientes a estabelecer uma relação melhor com a sua pele fosse se transformar no meu grande objetivo profissional. Sempre quis trabalhar com pessoas e vi na Medicina uma boa forma de colocar isso em prática. Eu só não sabia que a paixão estaria, literalmente, à flor da pele!
Então, depois de 6 anos de Faculdade e 5 anos de especialização (mais mestrado, doutorado, pós-doc…), aqui estou eu para colocar todo o meu conhecimento e a minha dedicação em prol da saúde e da beleza da sua pele. E quem disse que eu parei de estudar?
Tenho orgulho também de dizer que estive envolvida em atividades associativas por quase 15 anos, tanto na Sociedade Brasileira de Dermatologia Secção RS quanto na SBD Nacional. Com muita honra, assumi a Chefia do Serviço e Preceptoria de Residência Médica em Dermatologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul/Hospital São Lucas. Participo também de projetos de conscientização sobre doenças de pele para a população na Psoriase Brasil, em diversos outros canais na mídia e também de Educação Médica Continuada para meus colegas dermatologistas e de outras especialidades.
Como eu costumo falar: será uma honra para mim cuidar da sua pele e ajudar você a encontrar o equilíbrio que merece!
Dermatologista Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia
Mestre em Medicina: Ciências Médicas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Brasil.
Doutorado em Ciências da Saúde. Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo, PGCS IAMSPE, Brasil.
Pós-doutorado em Psiquiatria e Ciências do Comportamento. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Brasil.
Clinical Observation Program - Management of Psoriasis. Universitatsklinikum Hamburg Eppendorf, UKE, Alemanha.
Chefe do Serviço de Residência Médica em Dermatologia. Hospital São Lucas/Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS, Brasil.
Preceptora Ambulatório de Dermatopediatria. Serviço de Residência Médica em Dermatologia. Hospital São Lucas/Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS, Brasil.
Conselheira Científica - Psoríase Brasil – Associação Brasileira de Psoríase, Artrite Psoriásica e de outras Doenças Crônicas de Pele